segunda-feira, 4 de agosto de 2008

CAMINHÃO



Não ando sozinho.
No caminho
levo os passos
dos meus pais,
do meu filho,
ancestrais.
Não importa a forma de locomoção.
Se é reta, curva,
Et cetera e tal.
Sigo os traços que aprendi,
normal ou anormal.
Posso mudar o destino,
encurtar as retas,
destoar as metas,
duvidar do prumo,
parecer sem rumo.
Há sempre que chegar
a algum lugar.
Na bagagem,
tanta bobagem
em compartimento especial.
Mas caminhão de mudança
apenas suporta esperança.
Nasço descalço
e no caminho, quantos percalços,
eu nunca chego ao fim.
Na maioria das vezes eu me perco de mim.


O caminho não é curto pra ninguém.
Ele é grande. É gigante.
Tal qual o mundo.

3 comentários:

Paulo D'Auria disse...

"O caminho não é curto pra ninguém.
Ele é grande. É gigante.
Tal qual o mundo."

Lindo, lindo, lindíssimo poema! Esses versos finais nos remetem a Drummond! Parabéns!

Beijos

Bel disse...

O bonito do caminho é o rastro que ele deixa... da frente pra trás, ou de trás pra frente. Ou, melhor ainda, no próprio lugar: pegadas de instantes. "O caminho não é curto pra ninguém!"
Mas a passada pode ser também gigante e ampliar o percurso do caminho.
Adoro o que escreves...sempre.
Um beijo,
Bel.

Miss Lou Monde disse...

Oi, também estou sem tempo, morando fora de casa e totalmente sem pc!
Mas sempre que eu puder passarei aqui para me encher de suspiros!
Beijos!