Que tal ser tanto
e se sentir inteiro
Que tal ser muito
e se sentir total
Tal qual na sede
se entregar inteiro
à chuva fria
e nada acidental
Tão grande quanto
as flores de um cheiro
Tão fino quanto
o fio de um punhal
Quão raro o caro
gosto de um seio
Qual alimento
ou sustento carnal
Tal qual em vários
se partir ao meio
Sentir na pele
todo o bem e mal
Quão certo o canto
vindo de outros cantos
Pinçar na música
o sabor do sinal
Tal qual na testa
dizer a que veio
Soltar da alma
odores de sal
Qual claro a luz
de olhar estrangeiro
Enxergar cenários
por trás d’umbral
Quão forte o ato
de pedir arreio
Abrir-se aos mundos
Se doar total
Que tal ser meu
e se sentir completo?
Que tal em mim
sentir o tão e o tao?
Amor, não mente
o que existe entre a gente.
Se você arrepia comigo, que tal?
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7 comentários:
Nossa, quem ficou arrepiada agora fui eu. Que coisa bonita! Dá uma música. Que tal?
Duvido que esse convite seja recusado. Duvido que quem o aceite não se sinta inundado!
Lindo ...
Sinto saudades também, Sofia! O tempo empurra mas a gente pode resistir! E pra mim... estar por perto do muito que sentes é um prazer. Bel-prazer!
Um beijo, bel
Elena, ótimo, vambora começar nossa parceria musical (tava falando isso com o dok ontem)
Bel, a gente resiste!
beijos, queridas!
Sofia, legão! Digo, legal! Me lembra uma música do Lenine onde ele brinca com o anasalado. "são / sal", "pão / pau", "cão / cal" etc. :***
folegozão! bão!
um convite e tanto!
sentir não mente.. além de ser quente né?
Belo poema!!!
Todo o poema é ótimo, mas duas estrofes são espetaculares: "Tal qual na sede se entregar inteiro à chuva fria e nada acidental" e, depois, "Que tal ser meu e ser sentir inteiro", que quebra com a tradiçao do poema sofredor, do "ó, meu amor!".
Gostei, gostei, gostei!
Beijos!
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