segunda-feira, 27 de outubro de 2008

PLURAL

A lesma desenha
no asfalto quente
um rastro redondo, cintilante, fulgural.

A fumaça borda
no céu ausente
um lastro plúmbeo, instigante, chemical.

As janelas acendem
no edifício dormente
um mastro indefinido, mutante, referencial.

Em todos os cantos a poesia da cidade me grita.
Sua forma é presente.
Sua norma, plural.

6 comentários:

Bel disse...

Sofia,
E, teu grito me comove, me envolve como coberta macia em dias de frio.
Que olhar mais vivo o teu!
Que construção poética linda!
Um beijo, Bel.

Ana Cecília disse...

Sofia, obrigada por sua visita.
A sensibilidade que você mostra no seu blog vai levá-la a compreender a pergunta que lhe dá nome...
Um abraço.

Paulo D'Auria disse...

Olhos de poeta sempre atentos!
Parabéns!... mas, tadinha da lesma!

Beijos!

Paulo D'Auria disse...

Sobre "Ninguém sabe, ninguém"... Menina, por que foi que vc parou com a música mesmo?
Como músico frustrado e sem talento, sinto-me na obrigação de dizer: PERSISTA!!! Nem que seja apenas como hobby, como realização pessoal, pq vc é ótima!!!

PS: Linda voz!

Beijos

Sofia Fada disse...

Oi Paulo,
eu não parei... na verdade, nem comecei direito, tenho apenas algumas composições (umas 16 ao todo), mas não canto, nem toco, quem canta é minha irmã, e o meu pai toca...
Comecei a compor de brincadeira, e nunca passou disso, mas quem sabe algum dia eu leve a música um pouco mais a sério...

obrigada pela força
bjs!

Aroeira disse...

Plural é mais.