sábado, 13 de setembro de 2008

DESCREVENDO-ME

Passo a vida a limpo.
Com o lápis na mão,
me defino numa folha nova de papel branco.
Palavras foram feitas para serem lidas,
ou ditas.
Minhas palavras são desabafos,
terapeutas incondicionais,
alimento.
Vou escrevendo e me descrevendo,
e me desfazendo do medo e das máscaras.
Crio minha imagem e recrio minha vida.
Interpreto minha peça,
sem nexo.
Analiso personagens,
desconectos.
Fantasio emoções,
e o sexo.

Crio um amor,
complexo.
Descrevo o amante,
completo.
Sinto seu toque,
por perto.


Se o mundo é noite escura,
pinto-o de cor-de-rosa,
e vivo meu conto de fadas,
escrito em forma de prosa.


(...) ... (...) ... (...)

essa é antiga, talvez mais de dez anos. outro dia uma amiga estava perguntando se eu escrevia para desabafar. acho que algumas vezes sim, mas talvez isso poderia ser mais notado no início, como nessa poesia. agora nem tanto. de certa forma tento estar mais ligada ao verso, à palavra, à metalinguagem. venho tentando descontruir a mim mesma.

4 comentários:

Paulo D'Auria disse...

Renato Silva, um poeta de mão cheia que está comigo agora no blog coletivo "Poetas do Tietê", diz que o poeta vive 10 vidas.
É isso, ora desabafamos, ora descontruímo-nos, ora reconstruímo-nos, ou, como dizia Pessoa, ora fingimos.
O certo é que, uma vez poeta, jamais seremos os mesmos.

Beijos!

Bel disse...

Olha só, Sofia.
A essência da tua escrita permanece. E isso, pra mim, é sempre o mais importante.
Tua leveza de fazer a tua poesia te torna viva...muito viva em mim.
Um beijo,
Bel.

Biana França disse...

Talentosa desde sempre.
Esse era um dom que gostaria de ter, rsrs.
Bjus.

Aroeira disse...

gosto do seu ritmo e da sua cadência. parabéns!